quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Muse no Brasil. Por que eles vieram?

Neste fim de mês de julho e início de agosto a América Latina foi agraciada com uma das melhores bandas do mundo na atualidade, Muse (veja parte do show aqui). Maiores do mundo...quantas o são? Poucas, na minha opinião. Fora os ícones setentistas, poucas são as bandas que perduram no auge por mais de 10 anos e que podem se considerar grandes, formadoras de opinião e influentes na cultura. Foi o máximo quando os Arctic Monkeys surgiram e disseram ter influência de Strokes. Como assim? O Strokes é uma banda recente, com menos de 10 anos e apenas 4 álbuns lançados, e mesmo assim ousam influenciar alguém. O Radiohead já está no 8º álbum e tem 18 anos de estrada. Bandas novas influenciando outras. Sinais da difusão cultural contemporânea e ignorancia em relação as bandas antigas. Ainda mais, o rock dos Strokes, reacendendo a cena gritada, desafinada, bem tocada e criativa.
Fui pego de surpresa no início do mês de julho com a notícia da vinda do Muse ao Brasil. Não hesitei e sacrifiquei o que foi preciso para ir a um dos shows. Sacrifiquei até o que não podia, o que poderia fazer o show não valer a pena. Mas valeu. Foi terrível o conflito entre entusiasmo e o bom senso, mas a impulsividade venceu e os três dias em Brasília serão contados como se fossem 20 no futuro.
O show foi tudo o que se esperava: intenso. Público totalmente passivo, cantando cada frase e entregue desde o primeiro suspiro do Matthew (vocal) no aeroporto do Rio de Janeiro.
O show de Brasília deveria ser o menos expressivo, já que era atração de um festival e não de um grande show. Mas não foi bem assim. A produção foi exata e o 'playlist' para feito afim de que fãs recentes conseguissem acompanhar o show sem se sentir deslocado, ou seja, nada de ‘b-sides’, nem mesmo a clássica ‘Cant take my eyes off of you’, já em versão eternizada pelo Muse. Foram cerca de 20 canções, intervalo curto entre uma e outra (infelizmente) entusiasmo cativante dos integrantes, perfeição quase irritante. A platéia passional não via razão para nada além de gritos e refrões desafinados. Ousei alcançar o tom do Matthew e fiquei sem voz na quinta canção. Hipnotizava a dança ‘heart attack’ e vocal thomyorkizado do Mat, enquanto Christopher (baixo) tocava palhetado para preencher o som nutrido apenas por uma guitarra (nas mãos do Matthew), um baixo, uma batera (Dominic, o mais gente boa segundo o público), e um tecladista contratado no país para momentos de groove e eletrônicos. Som incrível para poucos integrantes. Era aguardada uma banda enorme, com caras escondidos no fundo do palco, samplers, backing vocals, etc. Mas nada disso. Eram apenas eles, 3 caras fazendo o que minha banda cover de ‘britpop’ pena para chegar perto.
O show foi tal como o melhor 'bootleg' que você puder encontrar, com o Dominic lendo um texto incompreensível em português e ainda, com este fã jogando uma camisa da seleção brasileira nós pés do Mat, que pegou e entregou para o Dom, que colocou sobre a batera. Momento de orgulho para mim. Droga, a camisa foi cara.
Para não soar passional demais, cabe críticas mínimas a um show perfeito. Faltou mais interação entre os músicos e o público, com pausas maiores entre as músicas afim de parafrasear carinho batido para o público, e ainda, faltou o batera arremessar as baquetas (e minha camisa de volta, snif). Só isso, coisas básicas que cativariam ainda mais o público.
O público insano gritava, se empurrava e cantava todo o tempo. Justificado, pois ouvir ao vivo canções magníficas como 'New Born' deixa maravilhado qualquer fã.
Detalhe, para sentir um pouco do que foi ficar no meio da galera, colado no palco, cantando o tempo todo, segue abaixo link de parte do show, pelos olhos do público.Só espero que o exemplo seja seguido e que a América Latina se torne parte do eixo de turnês de grandes e importantes bandas internacionais e que não tenhamos que nos deslumbrar a cada raro momento de contato com os ídolos gringos.
Rodrigo Resende

Um comentário:

  1. aa , qe sorte a sua voce ir num show deles .. espero qe eles voltem pro brasil , e façam mais shows , e que outras bandas façam o mesmo .

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