quinta-feira, 31 de março de 2011

O FIM DA SOCIEDADE MODERNA

O deputado federal José Carlos Aleluia manifestou sua insatisfação quanto à homenagem da Universidade de Coimbra ao ex-presidente Lula. Ao tecer tal comentário o deputado demonstra conflito de valores. Enquanto cidadão brasileiro, formado em curso superior, desvaloriza aqueles que escolheram outro caminho profissional, tal como o ex-presidente que escolheu o curso técnico de Torneiro Mecânico, no instituto SENAI, hoje base da formação de mão de obra para diversas indústrias.

A reportagem da Carta Capital (aqui) aflora valores pessoais viciados, falta de respeito e preconceito desmedido sob o ex-presidente Lula, a história de vida, sua vida política e os valores que este agregou a todas as democracias do planeta, tornando-se ponto de referência no exterior como líder carismático.

Exemplo respeitado e merecidamente homenageado.

Não há que se esperar manifestação diversa de políticos profissionais. Mesmo dentro da agremiação do ex-presidente Lula, existem políticos com mais de 20 anos de carreira, o que afronta ao menos alguns princípios democráticos.

O dia em que não houverem mais classes, religiões e fronteiras...acabarão-se as guerras e rixas gratuitas que só fazem minar a inteligência e atrasar a evolução humana.

Assim como tantos outros presidentes, desde o século passado, a Universidade de Coimbra premia o aquele presidente da antiga colônia, pelo o que fez à sociedade, reconhecendo-o através de seu título mais abastado.

O prêmio laureou nobéis de literatura, personalidades artísticas, do esporte e presidentes...
O que desqualifica o ex-presidente Lula não são factóides paridos pela família Abril e Marinho, mas a consciência conservadora de políticos tradicionais, que veem a postura humana do ex-presidente um demérito de sua qualificação profissional.

Não costumo rebater ou defender ninguém, mas espero ansioso pelo fim da sociedade contemporânea.

segunda-feira, 28 de março de 2011

SUCKER PUNCH, OTÁRIO!

Para que serve o cinema? Tal como música, dança, e qualquer outra forma de arte, vamos ao cinema para nos entreter, distrair a mente afadigada pelo trabalho e tantas outras obrigações do dia-a-dia.
Não somos críticos de cinema e só investimos/gastamos nossa grana numa sessão coletiva para fugir um pouco da realidade, compartilhar da boa companhia de amigos, todos seduzidos pela imagem e áudio peculiares de uma boa sala de cinema.

Você pode querer dar um nó na tua libido filosófica com um filme cabeça (vide o duo francês "O declínio do império americano" e "invasões bárbaras") ou curtir uma estória meta-metafísica, como definiu Aldo Pedrosa, após a sessão de Sucker Punch.

Do êxtase visual devorado pelo público comum à crítica envergonhada de um homem médio, existe uma lacuna aonde me prosto. Não sou cego aos excessos e clichês do filme, mas também admito que Zack Snyder respondeu ao que propôs: debulhar ação num thriller sensual e pop.

A estória é original e repleta de referência cult. De cara a trilha sonora surpreende os ouvidos mais atentos com uma versão melosa quase irreconhecível de Where Is My Mind, do Pixies.
Mais uma vez Zack Snyder mostra sensibilidade na hora de escolher a trilha sonora: Björk tem destaque.

Ah, a estória do filme..humm...uma garota internada num manicômio tenta escapar física, psicológica e lunáticamente do lugar. Para isso, conta com sua inteligência mediana, seu talento suspeito e invisível para a dança, sua imaginação infantil elevada à décima potência e quatro coadjuvantes que, oportunamente, se postam como melhores amigas.

Sucker Punch...se você piscar..pode perder detalhes de uma das melhores cenas de ação do ano, até agora, quando as meninas batalham contra robôs dentro de um trem em movimento, num falso plano sequência impressionante.

Cabe destacar uma cena do cabaré: as garotas estão sentadas, em frente ao espelho enquanto a câmera contorna o camarim. De forma discreta e muito bem feita, a imagem sai do espelho, inverte a posição das personagens, em mais um curto plano sequência.

No mais, resta torcer para que Snyder não perca a mão como aconteceu com M. Night Shyamalan depois dos primeiros grandes filmes da carreira.

sexta-feira, 25 de março de 2011

A madrugada saturada e blablabla

Com o pendrive lotado das boas vertentes do rock, andar de carro deixou de ser uma obrigação. Chego a ansiar pela próxima razão para um passeio sob o som do mangue beat de Chico Science, o peso morto do Alice in Chains ou a doce massagem sonora do Belle and Sebastian. Não, não tem Radiohead no meu playlist.

Não é fácil parir uma boa coletânea em tempos de Lady "bored" gaga e Justin "criatividade zero" Bieber. Daí, restam o saudosismo musical e o garimpo do que se esconde ou não salta aos ouvidos populares.

No mais, a opinião dita profissional de colunistas patrocinados e acomodados na cena musical anti-criativa que povoa a FM não me serve mais. Me resta escolher e redigir meu próprio cardápio musical.

Bon appétit