sexta-feira, 10 de junho de 2011

MELHORE A REALIDADE...VIRTUALMENTE FALANDO


Em tempos de rotinas elaboradas, mas tão comum quanto há 4 anos..a virtualidade melhora a realidade. Seja on line, ocupado, invisível ou off line, o colo do notebook é mais confortável que o cigarro barato e a cerveja quente da balada...e a ressaca é postagem desbocada no blog..e não um soluço arranhado de cigarro e cerveja.

Isto não é regra, é claro. Os ares no conforto do lar se renovam mais lentamente que no vasto mundo da calçada e o corpo cobra um passeio com o cão filósofo, solução menos trágica para cessar a fissura pelo ar difuso da calçada.

Enquanto o celular não toca e traz a carne pesada para fora de casa, a boa vida virtual faz as honras e, recheada de piadas de humor negro e jargões contemporâneos, ocupa as horas encurtadas antes do sono. De duas horas, notam-se apenas alguns minutos...o resto foi-se sem notar, horas e horas desperdiçadas ou aproveitadas?...vai saber


quarta-feira, 8 de junho de 2011

A BANDA MAIS "DO MESMO" DA CIDADE


Não estou aqui para massagear ego de fãs desavisados e limitados pela opinião dominante, nem tampouco parir críticas rasas sem lastro. Nisto, expresso minha opinião quanto à esta banda, que, apesar de não me apetecer pelo som (o qual só ouvirei ao acaso, pois não quero perder meu tempo nem ferir minha imunda consciência crítica), merece uma postagem média pelo efeito midiático.

Ainda não conheci a Banda Mais Bonita de Cidade, mas, vistas dadas à reportagem do G1, posso tecer alguma coisa sobre. A reportagem é um alerta.

Apartando os curiosos latentes, que ouvirão o som e depois serão forçados pelo próprio bom senso crítico a invocar a bulimia auditiva, sugiro que não percam seu tempo.

Na definição de um 'fã' de 18 anos, a banda soa como o encontro de Los Hermanos e Teatro Mágico. Putz...quase passo mal em imaginar essa receita indigesta.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

OS DELÍRIOS DO CAMELO

Postagem inspirada na entrevista do Marcelo Camelo ao G1 (aqui). 

Marcelo Camelo, ex músico do Los Hermanos
Marcelo camelo é um terráqueo rejeitado pelo próprio umbigo e arquiinimigo do grão que alimenta seu parasitismo crônico e sua antinomia descarada.

Em 2009 tive a oportunidade de ver seu projeto solo ao vivo, em Araraquara/SP, sob apoio da banda Hurtmold. O Camelo tocava como se não houvesse público e tinha a simpatia de um espirro e interagia com o público como se houvesse um muro entre eles.

Os músicos da banda dispensaram atenção ao público após o show. Até pude ouvir a opinião do 'cara do xilofone' sobre power trios no rock e o porque do Camelo não interagir com o público. Segundo ele, o Camelo fica baqueado, cansado e muito desanimado após cada show. É a empatia do sentimento de todo o público condensada sobre um único cara.

Camelo se afoga na sua própria antinomia como uma enxurrada mineira de fim de tarde. Termina cada raciocínio como se parisse um argumento irrefutável. Enquanto critica o fato de outros músicos comporem linhas da sua canção, abusa das participações especiais no novo álbum solo, Toque Dela. Nas palavras dele, "O lugar da batida, o lugar do baixo, tudo isso faz parte da própria composição. Não consigo entender como é que, por tantos anos, eu deixei outra pessoa tocar contrabaixo nas minhas músicas!" Nunca vi um cara ofender, numa única frase, todas as bandas do mundo de forma tão...discreta.

Tive oportunidade de ver a banda Los Hermanos 4 vezes ao vivo. 2 vezes na era "Anna Julia", e 2 vezes na era "indie pop rock alternativo pseudo cult" e não é impossível vincular a banda do início de carreira às vertentes que culminaram com o fim da banda. Há ligação entre o primeiro acorde, da terceira canção, do primeiro álbum (batizado de los hermanos) e o último suspiro da guitarra do álbum 4 (criativamente batizado de...4). O que destoa nesta história, é a criatividade das letras de Rodrigo Amarante cantadas com desmazelo pelo Marcelo Camelo...daí...o fim da banda.

Camelo consegue a proeza de maldizer todos os anos com a banda Los Hermanos, saindo do lugar comum de criticar apenas a época da hoje maldita Ana Julia e ainda rechaça críticas ao namoro com um formiga de 16 anos: "Não sei muito bem por que as pessoas se interessaram por isso. O que me causou mais estranhamento foi a reação [negativa] dos veículos liberais, dos indies, das pessoas que sempre defenderam as minorais, aquilo que não está em voga... Já vivi muito preconceito por causa de 'Anna Julia', mas não sei nem o que dizer a respeito disso: nunca tive de prestar conta sobre meus outros namoros, então não entendo por que tenho de prestar agora."

Como músico, percebe-se na entrevista que o Camelo teme estar falindo, ou fadado ao fracasso. Talvez consciente de que o caminho que escolheu (à margem do mainstream) não seja o caminho certo de um profissional da arte.

Ser indie é para quem curte a música como forma de arte. Se você quer ser um operário da música, tem que ceder à demanda do mercado...ou padecer num cubo mágico mobiliado em São Paulo, com tua namorada de plástico e tua falta de coragem de aparar a máscara que esconde tua personalidade aerada.

Ele não é um cara fácil. Declama cada palavra na entrevista e desarma a maioria dos críticos de boa vontade. Ele quer resgatar a música brasileira mas não percebe que o cara certo para este trabalho é seu ex-parceiro, Rodrigo Amarante, ou eu...ou você...ou o mendigo nu na praça ....menos ele.

Para você que conseguiu chegar ao fim do post...te respondo aonde está o delírio do Camelo: a realidade não é uma miragem e negá-la é acampar na própria ignorância. Enquanto o ex-hermano se contradiz ante o tempo, sua ignorância latente começa a contaminar tua mente surda-muda...ufa...

quinta-feira, 31 de março de 2011

O FIM DA SOCIEDADE MODERNA

O deputado federal José Carlos Aleluia manifestou sua insatisfação quanto à homenagem da Universidade de Coimbra ao ex-presidente Lula. Ao tecer tal comentário o deputado demonstra conflito de valores. Enquanto cidadão brasileiro, formado em curso superior, desvaloriza aqueles que escolheram outro caminho profissional, tal como o ex-presidente que escolheu o curso técnico de Torneiro Mecânico, no instituto SENAI, hoje base da formação de mão de obra para diversas indústrias.

A reportagem da Carta Capital (aqui) aflora valores pessoais viciados, falta de respeito e preconceito desmedido sob o ex-presidente Lula, a história de vida, sua vida política e os valores que este agregou a todas as democracias do planeta, tornando-se ponto de referência no exterior como líder carismático.

Exemplo respeitado e merecidamente homenageado.

Não há que se esperar manifestação diversa de políticos profissionais. Mesmo dentro da agremiação do ex-presidente Lula, existem políticos com mais de 20 anos de carreira, o que afronta ao menos alguns princípios democráticos.

O dia em que não houverem mais classes, religiões e fronteiras...acabarão-se as guerras e rixas gratuitas que só fazem minar a inteligência e atrasar a evolução humana.

Assim como tantos outros presidentes, desde o século passado, a Universidade de Coimbra premia o aquele presidente da antiga colônia, pelo o que fez à sociedade, reconhecendo-o através de seu título mais abastado.

O prêmio laureou nobéis de literatura, personalidades artísticas, do esporte e presidentes...
O que desqualifica o ex-presidente Lula não são factóides paridos pela família Abril e Marinho, mas a consciência conservadora de políticos tradicionais, que veem a postura humana do ex-presidente um demérito de sua qualificação profissional.

Não costumo rebater ou defender ninguém, mas espero ansioso pelo fim da sociedade contemporânea.

segunda-feira, 28 de março de 2011

SUCKER PUNCH, OTÁRIO!

Para que serve o cinema? Tal como música, dança, e qualquer outra forma de arte, vamos ao cinema para nos entreter, distrair a mente afadigada pelo trabalho e tantas outras obrigações do dia-a-dia.
Não somos críticos de cinema e só investimos/gastamos nossa grana numa sessão coletiva para fugir um pouco da realidade, compartilhar da boa companhia de amigos, todos seduzidos pela imagem e áudio peculiares de uma boa sala de cinema.

Você pode querer dar um nó na tua libido filosófica com um filme cabeça (vide o duo francês "O declínio do império americano" e "invasões bárbaras") ou curtir uma estória meta-metafísica, como definiu Aldo Pedrosa, após a sessão de Sucker Punch.

Do êxtase visual devorado pelo público comum à crítica envergonhada de um homem médio, existe uma lacuna aonde me prosto. Não sou cego aos excessos e clichês do filme, mas também admito que Zack Snyder respondeu ao que propôs: debulhar ação num thriller sensual e pop.

A estória é original e repleta de referência cult. De cara a trilha sonora surpreende os ouvidos mais atentos com uma versão melosa quase irreconhecível de Where Is My Mind, do Pixies.
Mais uma vez Zack Snyder mostra sensibilidade na hora de escolher a trilha sonora: Björk tem destaque.

Ah, a estória do filme..humm...uma garota internada num manicômio tenta escapar física, psicológica e lunáticamente do lugar. Para isso, conta com sua inteligência mediana, seu talento suspeito e invisível para a dança, sua imaginação infantil elevada à décima potência e quatro coadjuvantes que, oportunamente, se postam como melhores amigas.

Sucker Punch...se você piscar..pode perder detalhes de uma das melhores cenas de ação do ano, até agora, quando as meninas batalham contra robôs dentro de um trem em movimento, num falso plano sequência impressionante.

Cabe destacar uma cena do cabaré: as garotas estão sentadas, em frente ao espelho enquanto a câmera contorna o camarim. De forma discreta e muito bem feita, a imagem sai do espelho, inverte a posição das personagens, em mais um curto plano sequência.

No mais, resta torcer para que Snyder não perca a mão como aconteceu com M. Night Shyamalan depois dos primeiros grandes filmes da carreira.

sexta-feira, 25 de março de 2011

A madrugada saturada e blablabla

Com o pendrive lotado das boas vertentes do rock, andar de carro deixou de ser uma obrigação. Chego a ansiar pela próxima razão para um passeio sob o som do mangue beat de Chico Science, o peso morto do Alice in Chains ou a doce massagem sonora do Belle and Sebastian. Não, não tem Radiohead no meu playlist.

Não é fácil parir uma boa coletânea em tempos de Lady "bored" gaga e Justin "criatividade zero" Bieber. Daí, restam o saudosismo musical e o garimpo do que se esconde ou não salta aos ouvidos populares.

No mais, a opinião dita profissional de colunistas patrocinados e acomodados na cena musical anti-criativa que povoa a FM não me serve mais. Me resta escolher e redigir meu próprio cardápio musical.

Bon appétit